Qual é a melhor

terça-feira, maio 24, 2011

Quanto tempo depois de consumida, a Cannabis ainda pode ser detectada por exames?

Esta é uma pergunta que tem me sido feita com frequência, principalmente por aqueles que vão realizar exames admissionais em empresas.

Normalmente o doseamento do THC é feito através de uma análise de urina, mas também pode ser feito pelo sangue. A metabolização do THC é muito individual, e portanto, não existe um número de dias de intervalo que seja seguro para todos os usuários. A pesquisa é feita pelo principal metabólito do THC, o delta-9-tetrahidrocanabinol (D9THC).

Em média 90% do D9THC é eliminado do organismo nos primeiros 5 dias após o uso, porém seus níveis podem ser detectados por mais de 1 mês em caso de usuários assíduos. Usuários esporádicos podem ficar livres do THC em apenas 3 dias.

É preciso saber que análises simples de urina e sangue não costumam investigar a presença de THC. O laboratório só fará essa pesquisa se na solicitação médica houver um pedido específico para tal.


Outros problemas de saúde causado pelo uso crônico de Cannabis

- Redução dos níveis de testosterona
- Diminuição da motilidade dos espermatozóides e infertilidade
- Redução da libido
- Impotência
- Alterações do ciclo menstrual
- Ginecomastia (crescimento de mamas em homens)
- Galactorréia (secreção anormal de leite pelas mamas)
- Alterações de memória
- Aumento da incidência de periodontites

Pacientes portadores de hepatite C que fumam maconha apresentam maior risco de evoluírem para cirrose e câncer de fígado.

O uso crônico de maconha também aumenta os riscos de se desenvolver doenças psiquiátricas como esquizofrenia e depressão.

Existe hoje uma síndrome chamada em inglês de "chronic cannabis syndrome". Descreve usuários pesados de longa data que apresentam dificuldades cognitivas e menores conquistas profissionais e acadêmicas. Normalmente são pessoas com menos ambições profissionais e que acabam em empregos que exigem menor capacidade de raciocínio e concentração.

Apesar de todos esses problemas, a maconha também pode ser usada com agente medicinal. O THC e derivados podem ser encontrado em comprimidos, inaladores e adesivos para pele. Seu uso inclui:

- Tratamento de vômitos incoercíveis
- Tratamento de soluços de difícil controle
- Tratamento da caquexia em SIDA (AIDS) e cânceres
- Tratamento do Glaucoma
- Redução dos sintomas da esclerose múltipla.
- Tratamento da dor crônica


Cannabis na gravidez

Devido a falsa crença da inocuidade da maconha, esta é a droga ilícita mais usada durante a gravidez.

Até o momento não há evidências de que o consumo de maconha aumente o risco de má-formações, abortos ou partos prematuros. Porém, em gestantes que fumam mais de 6 cigarros de maconha por semana, os filhos apresentam, a partir dos 2 anos de idade, menor aptidão verbal e menor capacidade de memória que outras crianças. Estas crianças também apresentam maior risco de hiperatividade e depressão. Existe também trabalhos que mostram um maior risco de leucemias em crianças cuja mães fumaram cigarros comuns e maconha durante a gravidez

Cannabis e câncer


Como o consumo concomitante de cigarro é extremamente comum, é muito difícil de se estabelecer a magnitude dos riscos do uso da maconha isoladamente. É difícil encontrar pessoas que fumem apenas maconha durante um período de tempo suficiente para o desenvolvimento de um câncer.

O consumo de cigarro está relacionado a inúmeros cânceres, mas o uso de maconha, baseado nos atuais trabalhos científicos, só pode ser atribuído aos cânceres de pulmão e bexiga. Usuários apenas de marijuana apresentam alterações moleculares nas vias respiratórias semelhantes às lesões pré-cancerígenas que os fumantes comuns apresentam.

Isto não significa que a maconha não cause outros cânceres, como o de cabeça e pescoço. Significa apenas que este fato ainda não foi 100% comprovado, apesar de haver indícios para tal.

Se por um lado o risco de câncer com o uso isolado de maconha é difícil de ser quantificado, por outro, já se sabe que o seu consumo regular aumenta ainda mais os riscos de câncer pelo cigarro.

Efeitos da Cannabis no sistema respiratório

Pessoas que fumam mais de 3 cigarros de maconha por dia costumam apresentar problemas respiratórios semelhantes aos fumantes comuns, incluindo tosse, catarro e diminuição da capacidade para exercícios. O uso crônico de maconha esta relacionado a um maior risco de DPOC (enfisema pulmonar/bronquite crônica)

Efeitos da Cannabis na pressão arterial e no coração

A maconha apesar de agir diretamente nos vasos sanguíneos causando relaxamento do mesmos e, consequentemente, diminuição da pressão arterial, também age aumentando a liberação de adrenalina, aumentando a frequência cardíaca e do volume de sangue bombeado pelo coração a cada batimento, ações que colaboram para elevação da pressão arterial.

Quanto maior a dose, maior é o efeito de vaso dilatação. Em doses baixas a tendência é a pressão subir. Em doses elevadas pode ocorrer até mesmo hipotensão. O problema é que este efeito vaso dilatador da maconha tende a ficar menos evidente com o uso crônico, fazendo com que os efeitos que elevam a pressão sejam mais efetivos a longo prazo.

A liberação de adrenalina, o aumento da frequência cardíaca e a vaso dilatação aumentam o consumo de oxigênio pelo coração podendo desencadear eventos isquêmicos em pessoas com doença cardíaca prévia. Estes pacientes podem ter seu quadro agravado pela maconha e o risco de enfarto é 5x maior nos primeiros 60 minutos após o seu consumo. O consumo da maconha também pode desencadear arritmias cardíacas como a fibrilação atrial.


Efeitos agudos da Cannabis

A chamada "onda" que o consumo de maconha causa, recebe em medicina o nome de intoxicação aguda pelo THC. Quando fumado, o THC é rapidamente absorvido pelos pulmões, chegando ao cérebro em poucos minutos. O pico de euforia costuma acontecer em 10 a 30 minutos e a intoxicação pode durar por até 4 horas.

A maconha é das drogas que causam intoxicação mais branda, não havendo relatos de mortes induzidas unicamente pelo seu consumo. Porém, é muito comum encontrar níveis de THC sanguíneos naqueles que chegam aos hospitais com overdose por outras drogas.

Logo após o seu consumo, surge a sensação de estar "alto", com euforia, sensação de prazer, diminuição da ansiedade, relaxamento e aumento da sociabilidade. Porém, em pessoas que a usam pela primeira vez ou naquelas com predisposição para distúrbios psiquiátricos como ansiedade e depressão, os sintomas podem não ser tão prazerosos, ocorrendo ataques de pânicos, profunda sensação de tristeza, crises de ansiedade e isolamento do grupo.

Outros sinais psicológicos que podem ocorrer durante a intoxicação são:

- Distorções do tempo
- Perda da memória recente
- Diminuição da atenção e concentração
- Paranóia
- Pensamentos míticos
- Sentimento de grandiosidade
- Despersonalização

Além dos efeitos psicológicos, o consumo de maconha também desencadeia uma série de efeitos físicos que incluem:

- Taquicardia (aceleração dos batimentos cardíacos)
- Aumento de pressão arterial (em doses muito elevadas pode causar queda da pressão)
- Aumento da frequência respiratória
- Hiperemia conjuntival (olhos vermelhos)
- Boca seca
- Aumento do apetite
- Letargia e redução dos reflexos

O mais importante é saber que alterações da concentração, dos reflexos e da performance motora podem durar até 24h, muito tempo depois do fim da sensação de estar "alto". Os efeitos da maconha consumida na noite anterior podem estar presentes nos usuários que vão dirigir ou trabalhar no dia seguinte, apesar dos mesmos, muitas vezes, não terem consciência disto. Este fato pode ser especialmente perigoso em profissionais como pilotos, cirurgiões, motoristas e pessoas que manuseiam maquinaria pesada.